ELEFANTE
BRANCO
///mamãe tá
na plateia
Matéria
Bruta:
Uma
repartição pública: os funcionários que trabalham nela estão ali, empoeirados e
acumulados, como os papéis que inundaram aquela pequena sala e formam pilhas
que vão do chão até o teto. Eles são cinco: Sânia, Efraim, Inês, Adão e um sem
nome – não que ele não tenha um, mas desde a sua chegada ninguém fez muita
questão de perguntá-lo qual era a sua graça e ele, muito tímido, não se
prontificou a dizer. Há ainda neste departamento dois grandes ventiladores estragados,
o que colabora (principalmente no verão) para a convivência entre eles ser
ainda mais insuportável. Um letreiro luminoso era usado para sinalizar a
próxima senha a ser atendida por estes funcionários, mas ele empacou no número
287. Possivelmente os acontecimentos que serão narrados nesta fábula ocorreram
no último dia de trabalho do Efraim, o funcionário mais velho.
Metodologia:
Queridos
companheiros de teatro: proponho que coloquemos as mãos, pés, olhos, cabeça e
coração na massa em torno deste argumento. A minha ideia é que a partir de exercícios
de improvisação nós consigamos criar uma série de acontecimentos possíveis e impossíveis
para este inóspito ambiente. Penso que podemos começar criando cada um seu
personagem: quem ele é? Há quanto tempo trabalha ali? De onde ele veio? Quais
eram seus sonhos? Quais foram as suas frustrações? Ele fuma? Bebe? Tem família?
A
cada semana, até julho, podíamos trabalhar para levantar este material – quem são
os personagens e quais os conflitos que permeiam suas relações – e em seguida
eu estruturarei a dramaturgia textual para nós ensaiarmos a peça. Imaginei que
a Mariana Maioline – que dirigiria junto conosco o “Café das três” – possa ocupar
o cargo da direção deste nosso processo. Estive com ela no “Dente de Leão” e vi
que ela tem um olhar muito atento, principalmente, sobre o trabalho de ator.
Referências
Já
tenho algumas. Volto aos filmes do Roy Anderson
- “Vocês, os vivos” e “Canções do segundo andar” (ele lançará um novo
neste mês, fiquemos atentos!). O texto “Entre quatro paredes”, do J. P. Sartre.
Se conseguirmos encontrar, a série “Os aspones”, da Globo. Que mais?
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